quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A Vida da Gente?

Uma galera sabe que eu não gosto de novela... e não é por achar que é coisa de gente desocupada. Eu sou desocupada, passo horas assistindo filmes e seriados quando poderia estar fazendo coisas mais produtivas (como diria minha mãe kk). E em questão de novela mesmo não gosto de nenhuma de nenhum canal e vou mostrar o porquê. (Era só uma introduçãozinha besta pra um assunto mais amplo).
Tudo é muito clichê. Tem o vilão que é uma pessoa má (ah vá!), só quer o mal e só faz coisas ruins. O mocinho que é bom, vítima de tudo, só quer o bem ao próximo e incapaz de falar um palavrão. E com isso se derenrolam os dramas já reciclados por tantas outras histórias: golpes e dramas familiares regados a muita inveja, traição (novela das pornôito), falso-moralismo e previsibilidade.
O que eu quero mostrar é que nada é assim! Ninguém é só ‘bom’ ou só ‘ruim’. Nada impede que uma pessoa aparentemente honesta, ‘de caráter’ faça alguma idiotice, xingue, minta. Do mesmo modo que uma pessoa com um histórico duvidoso pode ajudar, fazer algo bom. O ser humano não é linear, nem totalmente previsível e controlável. Dizemos e fazemos coisas o tempo todo sem saber o motivo, ‘sem querer’. Sentimos inveja, raiva, ciúme quando não deveria, ou até quando não se tem motivo. E é assim mesmo, isso define a palavra HUMANO. Pra podar essa instabilidade quase que radioativa foram criadas leis, religiões, instituições e a própria ética – conjunto que vulgo civilização. Esta que nada mais é do que um acordo: vamos fingir que somos perfeitos, frios e que vivemos felizes na mais pura harmonia =) Pra quê arriscar? Pra quê ser diferente? Pra quê contestar?
Lembrei de quando meu ex-professor de Filosofia disse que as nações que mais sofrem com conflitos e guerras são aquelas que mais recriminam as pessoas. Por serem frustradas e não poderem fazer o que quer da vida - porque tudo é considerado pecado - descontam nos outros com indiferença, fanatismo e intolerância. Desse jeito eles realmente mostram a falsa fé e devoção que têm como máscara pra a crueldade.
Enfim (porque se não tiver ‘enfim’ não fui eu que escrevi kkk), pra mim o que torna o ser humano diferente dos outros animais não é o lado ‘racional’ e sim esse algo irracional que não se explica, mas manifesta-se todo o tempo e que tentamos esconder, isolar. A tal civilização que nos orgulhamos de ter inventado e que não conseguiu nos afastar dos instintos mais primitivos que em situações extremas – ou nem tanto – acabam por falar mais alto. E é essa sensibilidade que mostra quem realmente somos e o que sentimos livre dos muros e da maquiagem que a vida em sociedade impõe.


P.S.: O motivo desse título tosco é que é o único nome das novelas que eu conheço e na verdade eu não sei escolher título mesmo! Kkkkk :*

Um comentário:

  1. Adorei o texto. Achei demais!!! Já li mais de 10 vezes e cada vez que eu leio, fico mais deslumbrado. Parabéns, Gabí! Adorei o seu estilo de escrever, a escolha das palavras e o desenrolar dos períodos, tudo muito bem pensado e organizado. A cada parágrafo, nos leva a parar e refletir sobre o tema abordado. Tudo isso com muita graça e bom humor, do início ao fim. Superlegal! Efraim. Valeu!!!

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